sexta-feira, 14 de junho de 2013

UNI_FORM - "1984" (2012, Polvo Sonoro)



Corria o ano de 2006, quando em Lisboa os dois irmãos, David e Nuno Francisco, respectivamente no baixo e na bateria, decidiram formar uma banda à qual chamaram Uni_Form. Mais tarde, através de um anúncio na Internet, vieram a acrescentar Billy como vocalista e guitarrista sendo que alguns anos mais tarde, em 2011, acrescentaram Miguel Moreira como guitarrista e teclista, mantendo a mesma formação até aos dias de hoje.

Inspirados por bandas como os Joy Division, Bauhaus, Pixies ou The Cure, os Uni_Form lançaram até à data dois EPs, "Uni_Form" (2008) e Winter Blue (2011), bem como o álbum de estreia "Mirrors" (2010), que originou o disco de remisturas "Mirrors Remixed" (2011) e mais recentemente, em 2012, o segundo álbum "1984", sobre o qual vos falamos hoje. 





O segundo disco da carreira deste colectivo é fortemente influenciado pela obra do escritor inglês George Orwell, chegando mesmo a ter o título de um dos romances do escritor. Em "1984", os Uni_Form fazem uma manifestação contra a falta de liberdade de expressão e a cada vez maior perda de poder do indivíduo e do povo que se vive nos dias de hoje. O registo mostra uns Uni_Form mais emotivos e com maior maturidade, sendo que tal como nos registos anteriores, os sintetizadores e a óptima voz do vocalista continuam a ser os grandes destaques. Outra das principais imagens de marca deste álbum é a sua incrível coesão, deixando-nos grande dificuldade na eleição de melhores ou piores momentos, facto que não consideramos como negativo.





Por ter sido o primeiro single, vale a pena começar por destacar "Still Alive", um grito de liberdade e que ajustando-se perfeitamente ao seu título, é uma das faixas mais intensas deste disco, deixando de lado ambientes mais melancólicos e escuros que normalmente caracterizam o som dos Uni_Form. Numa toada mais emocional e calma destacamos também "A Cloud Over Time" e "Room 101", duas das nossas faixas preferidas do álbum.
Sim é verdade que tal como nos outros registos da banda, as comparações com os Interpol voltam a ser inevitáveis; no entanto, em nossa opinião, este quarteto de Lisboa cada vez mais vai criando uma identidade bastante própria e que esperemos que venha a ser cimentada em trabalhos futuros.

Este é sem dúvida um daqueles álbuns em que realmente faz sentido ouvir do início ao fim, e que mesmo não nos enchendo por completo as medidas, tem que receber nota positiva e ser visto como mais um passo em frente na carreira de uma das novas bandas portuguesas em destaque.

Diogo Marçal




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