quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

EMMY CURL, MUSICBOX, 31/1/2013 - REPORTAGEM





Pouco depois das 22h45, Emmy Curl entra sozinha em palco. O local não poderia ter sido melhor escolhido – o design interior do MusicBox condiz em perfeição com a aparência florida e alternativa da artista, que de certa maneira faz lembrar Florence Welch, vocalista dos Florence and the Machine. 
Antes de começar, já se previa um bom espectáculo: do tecto pendia uma flor de pano de onde saía uma esfera azul; no chão, réplicas de candeeiros públicos do século XIX, criando um cenário perfeito para a música electro-acústica e voz suave de Emmy Curl.

A primeira música da noite foi tocada a solo, com uma guitarra e um microfone ligado a uma caixa de efeitos, preenchendo as paredes do bar com a sua voz celestial e reverberizada. De seguida, entraram em cena o baixista e produtor João André para tocar "Clarity", seguido do teclista Eurico Amorim, também integrante na banda Supernada.
Antes de se ouvir "Maio Maduro Maio", de Zeca Afonso, Emmy explicou o seu fascínio pelo artista e como se tinha decidido a fazer um cover quando um amigo seu lhe mostrou esta música, enquanto ela costurava.
E, como qualquer concerto que se preze, a banda deparou-se a certa altura com um problema técnico com o computador que iria servir de sampler para tocar a percussão de "Song of Origin", o single do seu mais recente EP, "Origins". Mas este não foi de todo um momento embaraçoso – pelo contrário, a banda mostrou o seu profissionalismo preenchendo os minutos de espera com humor e (ninguém esperaria!) um breve excerto da banda sonora do tão célebre jogo Super Mário. Brilhante mesmo.




Depois de "Seafire And It’s Waltz" e "Epiphany", duas músicas bastante leves e descontraídas, pôde-se ouvir "Imaginary", a mais electrónica do seu reportório, onde se sentem influências do trip-hop e synth-pop, relembrando Massive Attack ou Grimes. Antes de terminar a primeira parte do concerto com "Eurídice" (a única música original escrita em português, segundo a artista), ainda tocaram "Mine" e "Turn Off The Light", do EP "Birds Among the Lines".

No encore, Emmy Curl presenteou o público com, a meu ver, as duas melhores músicas do seu trabalho: "Song of Origin" e "Imaginary".
Para quem, como eu, conhecia pouco sobre a música deste projecto, certamente que não foi para casa insatisfeito. A dream-pop de Emmy Curl mistura a guitarra acústica com linhas de teclas e voz suave e reverberizada, num ritmo lento, como que de embalar. Um som agradável que, juntamente com os efeitos do palco e a interacção fantástica com o público, fizeram deste concerto uma boa companhia para uma noite.



Carreto

Fotografias por Catarina Abrantes Alves
(galeria disponível em facebook.com/bandcom)




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