sábado, 13 de outubro de 2012

Meu e Teu - ENTREVISTA


Os Meu e Teu são um quinteto de Alcobaça que após a vitória na 2ª edição do "U>Rock Universia", concurso de bandas universitárias, mostrou-nos "Aquela Cidade" no seu disco de estreia. Numa altura em que estão a preparar novo disco, "Mundo das Formas", com edição prevista para o próximo ano, estivemos à conversa com o baixista da banda, Bruno Cunha, a conhecer melhor tudo o que rodeia os Meu e Teu.




BandCom (BdC): Como surgem os Meu e Teu que conhecemos agora?

Bruno Cunha (BC): Os Meu e Teu surgem em 2010, quando o Diogo começou a pensar em escrever e compor músicas em Português com uma pequena estação de gravação, no seu quarto. Quando viu o bom resultado apresentou o projecto aos membros da antiga banda, Hot Limousine. A banda alinhou e decidiu-se então largar a língua de sua majestade e evoluir musicalmente, tanto a nível das letras como na própria sonoridade.

(BdC): Meu e Teu em inglês não era a mesma coisa que em português, isto é, o que pensaram quando apostaram em cantar e escrever em português? Que influências recolhem para a composição do que dizem enquanto cantam?

(BC): Pensámos essencialmente numa melhor forma de nos exprimirmos. Nós pensamos em português, sentimos em português, e é na nossa língua materna que nos sentimos bem a fazer música. Além da língua de Camões ser das mais bonitas para se cantar. Influenciamo-nos com tudo o que acontece à nossa volta, com o estado actual do mundo e das relações interpessoais. Tentamos dar voz ao indivíduo comum, ao mesmo tempo que exprimimos tudo aquilo que sentimos.

(BdC): Ao contrário de algumas bandas, os Meu e Teu adquiriram algum do interesse através de alguns concursos pelos quais foram passando, que vos levaram por exemplo até ao Festival Paredes de Coura. Foram estratégicos para a vossa carreira esses palcos que foram pisando?
(BC): Sim, sem dúvida que a experiência em Paredes de Coura, no Festival de Corroios e Alcácer do Sal e também no primeiro Concurso de Bandas Universitárias do Universia, o qual vencemos, foram a rampa de lançamento da banda. Não nos deram apenas a projeção e promoção que seria impensável numa banda completamente desconhecida e acabada de nascer, mas também a experiência de palco e de público que serviram de almofada para o lançamento do primeiro trabalho.

(BdC): Fizeram parte da compilação “Novos Talentos FNAC” em 2011. Que talentos (não só na música, mas também noutras áreas) vêem por aí ainda por captar?

(BC): Cá existe a mania muito “tuga” de desdenhar tudo o que é nosso, a começar na música e a prolongar-se por variadas áreas. Por causa deste facto intrínseco à nossa sociedade, todos os artistas têm que se superar e criar algo realmente original e de qualidade para vingar (facto que até é favorável), enquanto que o estrangeiro banal está em todo o lado e entra nos ouvidos e olhos das pessoas a toda a hora. No entanto, Portugal está recheado de talento, nas mais diversas áreas. Para não deixar ninguém de fora, preferimos não referir nomes.

(BdC): Meu e Teu é uma expressão que remete para uma sensação de partilha e de transmissão das vossas raízes. Como se vêem a saírem do anonimato e de uma região mais interior mas com tradição na música portuguesa para pisarem palcos por todo o país?
(BC): É uma sensação óptima poder espalhar a nossa palavra por vários lugares. É incrível poder sentir a recepção da nossa música através de pessoas e sítios diferentes. Meu e Teu é isso mesmo, ser da nossa cidade e de todas em simultâneo.

(BdC): Quando ficamos a conhecer os músicos que vos influenciam, vemos os Meu e Teu ligados mais a uma franja pop-rock e trazendo um pouco de música clássica que torna ainda mais incisivo o vosso som em vez de o tranquilizar (um pouco como os Muse fizeram a sua carreira). Como funciona o vosso filtro em relação às músicas que produzem e como vêem o género em si (pop-rock) que se produz actualmente?

(BC): Tentamos que o filtro seja simplesmente a nossa imaginação, o que o torna ao mesmo tempo frágil e inconsciente. Não nos esforçamos de todo por criar algo especifico. E pensamos que isso mesmo transparece para as pessoas. A comunhão do pop-rock com a orquestração clássica nasce da necessidade de fazer algo diferente, que dê para bater o pé ao mesmo tempo que sentes as cordas do violino, que misture um solo de guitarra com uma orquestra imponente. É uma mistura que nos agrada mas que não impomos de maneira nenhuma. Quanto ao pop-rock actual, é bom sentir que não foi engolido pela electrónica e se conseguiu re-inventar. Tanto vemos uns Foo Fighters a voltar à garagem como uns Muse a transformar o rock.






(BdC): Como descrevem a vossa actual galeria de videoclips e a relacionam com o vossa música?

(BC): Os nossos videoclips tentam, de certa maneira, ilustrar aquilo que as músicas e letras nos dizem. Em “Erros Estratégicos” com um vídeo que tentamos mostrar o rumo que o nosso planeta e quem o habita está a tomar, e em “Meu e Teu”, com uma ilustração da libertação das nossas raízes, com um descobrir do mundo pela primeira vez.

(BdC): Sabemos que estão a gravar um novo trabalho. De que forma estão a abordar a produção e a concretização do vosso novo “Mundo das Formas” (repetindo também as escolhas para o produtor e estúdio)?

(BC): Estamos a ir com calma e alguma prudência. Nenhuma das músicas surgiu forçadamente, foi um processo natural de composição da banda na sala de ensaios, que em Agosto levámos para o estúdio. Sabemos que temos em mãos muito bom material, e estamos a trabalhar de forma a que o resultado saia o melhor possível, tanto ao nível de produção com o Marco Jung, em que confiamos plenamente, como ao nível de edição, promoção, etc.

(BdC): Já há algumas bandas e artistas que optam por gravar em casa. Vêem-se no futuro a gravar os vossos temas de uma forma mais caseira?

(BC): É o que acontece connosco, na fase inicial do processo. E é o futuro, uma maneira muito facilitada de, com conhecimentos básicos transpor uma ideia para o computador em minutos e construir as bases dos temas. Uma maneira de poder descobrir sons sem qualquer pressão temporal. Através mesmo da Internet os elementos da banda se podem “encontrar” em tempo real e gravar ao segundo. No entanto, não dispensamos as “mãozinhas” do nosso produtor e o do seu acolhedor estúdio para o seguimento do processo e a produção (arranjos, etc..) dos temas.

(BdC): Nos próximos tempos, onde vamos poder ver os Meu e Teu? Para quando o novo disco?
(BC): Os próximos tempos são de clausura, acabar o fastidioso processo de produção do álbum, e começar a pensar na edição e promoção do mesmo. Ainda existe muito caminho pela frente. Valerá, no entanto, o esforço. Em 2013 sairá um novo álbum dos Meu e Teu. Não quero adiantar datas numa altura tão precoce.


André Gomes de Abreu




1 comentários:

Diana disse...

Grande banda! Ansiosamente aguardando o novo álbum! :)

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