Os Meu e Teu são um quinteto de Alcobaça que após a vitória na 2ª edição do "U>Rock Universia", concurso de bandas universitárias, mostrou-nos "Aquela Cidade" no seu disco de estreia. Numa altura em que estão a preparar novo disco, "Mundo das Formas", com edição prevista para o próximo ano, estivemos à conversa com o baixista da banda, Bruno Cunha, a conhecer melhor tudo o que rodeia os Meu e Teu.
BandCom (BdC): Como
surgem os Meu e Teu que conhecemos agora?
Bruno Cunha (BC): Os Meu e Teu surgem em 2010,
quando o Diogo começou a pensar em escrever e compor músicas em Português com
uma pequena estação de gravação, no seu quarto. Quando viu o bom resultado
apresentou o projecto aos membros da antiga banda, Hot Limousine. A banda
alinhou e decidiu-se então largar a língua de sua majestade e evoluir
musicalmente, tanto a nível das letras como na própria sonoridade.
(BdC): Meu e
Teu em inglês não era a mesma coisa que em português, isto é, o que pensaram
quando apostaram em cantar e escrever em português? Que influências recolhem
para a composição do que dizem enquanto cantam?
(BC): Pensámos essencialmente numa
melhor forma de nos exprimirmos. Nós pensamos em português, sentimos em
português, e é na nossa língua materna que nos sentimos bem a fazer música.
Além da língua de Camões ser das mais bonitas para se cantar. Influenciamo-nos
com tudo o que acontece à nossa volta, com o estado actual do mundo e das
relações interpessoais. Tentamos dar voz ao indivíduo comum, ao mesmo tempo que
exprimimos tudo aquilo que sentimos.
(BdC): Ao
contrário de algumas bandas, os Meu e Teu adquiriram algum do interesse através
de alguns concursos pelos quais foram passando, que vos levaram por exemplo até
ao Festival Paredes de Coura. Foram estratégicos para a vossa carreira esses
palcos que foram pisando?
(BC): Sim, sem dúvida que a
experiência em Paredes de Coura, no Festival de Corroios e Alcácer do Sal e
também no primeiro Concurso de Bandas Universitárias do Universia, o qual
vencemos, foram a rampa de lançamento da banda. Não nos deram apenas a projeção
e promoção que seria impensável numa banda completamente desconhecida e acabada
de nascer, mas também a experiência de palco e de público que serviram de
almofada para o lançamento do primeiro trabalho.
(BdC): Fizeram
parte da compilação “Novos Talentos FNAC” em 2011. Que talentos (não só na
música, mas também noutras áreas) vêem por aí ainda por captar?
(BC): Cá existe a mania muito “tuga”
de desdenhar tudo o que é nosso, a começar na música e a prolongar-se por
variadas áreas. Por causa deste facto intrínseco à nossa sociedade, todos os
artistas têm que se superar e criar algo realmente original e de qualidade para
vingar (facto que até é favorável), enquanto que o estrangeiro banal está em
todo o lado e entra nos ouvidos e olhos das pessoas a toda a hora. No entanto,
Portugal está recheado de talento, nas mais diversas áreas. Para não deixar
ninguém de fora, preferimos não referir nomes.
(BdC): Meu e
Teu é uma expressão que remete para uma sensação de partilha e de transmissão
das vossas raízes. Como se vêem a saírem do anonimato e de uma região mais
interior mas com tradição na música portuguesa para pisarem palcos por todo o
país?
(BC): É uma sensação óptima poder espalhar a nossa palavra por vários lugares. É incrível poder sentir a recepção da nossa música através de pessoas e sítios diferentes. Meu e Teu é isso mesmo, ser da nossa cidade e de todas em simultâneo.
(BC): É uma sensação óptima poder espalhar a nossa palavra por vários lugares. É incrível poder sentir a recepção da nossa música através de pessoas e sítios diferentes. Meu e Teu é isso mesmo, ser da nossa cidade e de todas em simultâneo.
(BdC): Quando
ficamos a conhecer os músicos que vos influenciam, vemos os Meu e Teu ligados
mais a uma franja pop-rock e trazendo
um pouco de música clássica que torna ainda mais incisivo o vosso som em vez de
o tranquilizar (um pouco como os Muse fizeram a sua carreira). Como funciona o
vosso filtro em relação às músicas que produzem e como vêem o género em si (pop-rock) que se produz actualmente?
(BC): Tentamos que o filtro seja
simplesmente a nossa imaginação, o que o torna ao mesmo tempo frágil e
inconsciente. Não nos esforçamos de todo por criar algo especifico. E pensamos
que isso mesmo transparece para as pessoas. A comunhão do pop-rock com a
orquestração clássica nasce da necessidade de fazer algo diferente, que dê para
bater o pé ao mesmo tempo que sentes as cordas do violino, que misture um solo
de guitarra com uma orquestra imponente. É uma mistura que nos agrada mas que
não impomos de maneira nenhuma. Quanto ao pop-rock actual, é bom sentir que não
foi engolido pela electrónica e se conseguiu re-inventar. Tanto vemos uns Foo
Fighters a voltar à garagem como uns Muse a transformar o rock.
(BdC): Como
descrevem a vossa actual galeria de videoclips e a relacionam com o vossa
música?
(BC): Os nossos videoclips tentam, de
certa maneira, ilustrar aquilo que as músicas e letras nos dizem. Em “Erros
Estratégicos” com um vídeo que tentamos mostrar o rumo que o nosso planeta e
quem o habita está a tomar, e em “Meu e Teu”, com uma ilustração da libertação
das nossas raízes, com um descobrir do mundo pela primeira vez.
(BdC): Sabemos
que estão a gravar um novo trabalho. De que forma estão a abordar a produção e
a concretização do vosso novo “Mundo das Formas” (repetindo também as escolhas
para o produtor e estúdio)?
(BC): Estamos a ir com calma e alguma
prudência. Nenhuma das músicas surgiu forçadamente, foi um processo natural de
composição da banda na sala de ensaios, que em Agosto levámos para o estúdio.
Sabemos que temos em mãos muito bom material, e estamos a trabalhar de forma a
que o resultado saia o melhor possível, tanto ao nível de produção com o Marco
Jung, em que confiamos plenamente, como ao nível de edição, promoção, etc.
(BdC): Já há
algumas bandas e artistas que optam por gravar em casa. Vêem-se no futuro a
gravar os vossos temas de uma forma mais caseira?
(BC): É o que acontece connosco, na
fase inicial do processo. E é o futuro, uma maneira muito facilitada de, com
conhecimentos básicos transpor uma ideia para o computador em minutos e
construir as bases dos temas. Uma maneira de poder descobrir sons sem qualquer
pressão temporal. Através mesmo da Internet os elementos da banda se podem
“encontrar” em tempo real e gravar ao segundo. No entanto, não dispensamos as
“mãozinhas” do nosso produtor e o do seu acolhedor estúdio para o seguimento do
processo e a produção (arranjos, etc..) dos temas.
(BdC): Nos
próximos tempos, onde vamos poder ver os Meu e Teu? Para quando o novo disco?
(BC): Os próximos tempos são de clausura, acabar o fastidioso processo de produção do álbum, e começar a pensar na edição e promoção do mesmo. Ainda existe muito caminho pela frente. Valerá, no entanto, o esforço. Em 2013 sairá um novo álbum dos Meu e Teu. Não quero adiantar datas numa altura tão precoce.
(BC): Os próximos tempos são de clausura, acabar o fastidioso processo de produção do álbum, e começar a pensar na edição e promoção do mesmo. Ainda existe muito caminho pela frente. Valerá, no entanto, o esforço. Em 2013 sairá um novo álbum dos Meu e Teu. Não quero adiantar datas numa altura tão precoce.
André Gomes de Abreu
1 comentários:
Grande banda! Ansiosamente aguardando o novo álbum! :)
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