segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ainda tens que ouvir #3: Riding Pânico - Lady Cobra

Que seria de esperar de uma banda cujos membros fazem parte de grandes nomes como If Lucy Fell, Men Eater e Paus? Algo tão bom como Riding Pânico. Estes lisboetas mostram que a música nacional tem qualidade e personalidade, escrevendo post-rock como gente grande.


A sua discografia é ainda muito pequena, tendo apenas um EP homónimo de 2007 e um álbum, Lady Cobra, do ano seguinte, cuja crítica se segue nas próximas linhas.




Para começar, uma questão: E se a bela for o monstro? São quase 7 minutos de reflexão, onde guitarras carregadas de echo e reverb mostram que é tudo uma questão de perspectiva. Ao final da primeira música, é inegável a semelhança da sonoridade com os The All Star Project – no entanto, não carecem de originalidade e identidade própria.


One Winged Cessna tem um registo mais lento e introspectivo, com percussão simples e efeito trémulo nas guitarras, abrindo caminho para Naja, uma peça de piano num quadro pós-guerra com distorção e efeitos a anunciarem violência nas faixas seguintes – mentira: Roses and Razors mostra-se melancólica e algo nostálgica, ganhando progressivamente ritmo e uma sonoridade mais próxima do metal. Volvo (cujo nome dificilmente estará relacionado com o automóvel ou a urgência médica) continua pesado e negro, lembrando os If These Trees Could Talk.

Para que não haja pesadelos à noite, Lady Cobra termina com mais uma peça de piano, Áspide, triste mas prometendo alguma paz depois de faixas intensas, suadas e sofridas.


É um álbum coeso e afirma a qualidade da banda, com percussão polirrítmica que progride de passos lentos para sequências furiosas, acompanhado de várias linhas de guitarra que dispensam qualquer tipo de vozes para cativar os fãs da cena rock nacional.


Luís Carreto




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