sábado, 23 de junho de 2012

ROQUEBEAT com PAUS + You Can't Win, Charlie Brown, Teatro Virgínia, 16/6/12

A série de concertos "ROQUEBEAT" tem permitido levar concertos especiais de novos projectos portugueses a teatros de todo o país, aproveitando as infraestruturas de boa qualidade criadas nos últimos anos. A 4ª série arrancou em Junho deste ano e o 4º concerto dos 5 desta série passou por Torres Novas e pelo Teatro Virgínia, com PAUS e You Can't Win, Charlie Brown, num espectáculo dividido em duas partes com um intervalo de 15 minutos pelo meio.


Pouco depois das 21h45, entravam em palco os You Can't Win, Charlie Brown com José Guilherme a substituir João Gil nos teclados. Para um público à descoberta de "Chromatic" e do EP que o antecedeu, o disco de estreia da banda, o quinteto não se fez rogado e deixou-se descobrir com o avançar do concerto, construído também na intenção de priveligiar todas as canções e não apenas os singles, sem deixar o público adormecer. O pop que é folk de "An Ending" ou de "Sad Song" marcou a fase inicial do concerto, deixando um rasto de diferença por apagar, como são prova também "A While Can Be A Long Time" e "Green Grass #1". A tentação da comparação é grande, mas mesmo quando chega a hora de "I've Been Lost" ou "Songworm", a interpretação simples do que pode ser uma canção e como se pode dar vida a um tema é superior. Para fechar em beleza e consolidar as ideias, "Over The Sun/Under The Water" teve direito a uma tímida invasão de palco: estava na hora de aplaudir de pé e de beber do êxtase.


Tal como os You Can't Win, Charlie Brown, os PAUS fazem parte de um grupo de denominadas "novas bandas portuguesas" mas que não terão muito mais a provar quando já captam mais atenções lá fora do que muitos nomes consagrados da música portuguesa dos últimos anos.
O álbum de estreia, lançado no ano passado, reforça a solidez do EP "É Uma Água", de que a banda repesca o inevitável "Mudo e Surdo" que com "Deixa-me Ser" lançam as bases de um espectáculo viciante. A riqueza maior do disco revela-se em canções como "Descruzada", com Joaquim Albergaria solto da bateria, "Tronco Nu" e "Ocre", onde os ritmos exploratórios trazem consigo segmentos melódicos a condizer, como se estivéssemos numa aventura selvagem sempre à procura de uma intensidade maior e de um clímax infinito.
Não surpreende por isso que o convite seja desde logo endereçado para esquecer as cadeiras, mas a disposição do palco e da plateia não permite grande deserção.
A terminar, "Muito Mais Gente" e "Pelo Pulso" são emoção a mais para pouca garganta.
"Estamos juntos", diz Joaquim Albergaria. Como sempre.  

Quando estão construídas as bases para o desenvolvimento de espectáculos como este, deixem as bandas fazer o que mais gostam: tocar. Como nesta noite o foi, assim serão mais milhões...de festa.



 André Gomes de Abreu




0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Facebook More

 
Powered by Blogger | Printable Coupons