terça-feira, 22 de maio de 2012

Pega Monstro - ENTREVISTA

Antes de actuarem no Rock Factory no passado dia 12, estivemos no capô de um Volkswagen azul escuro a conversar animada e descontraidamente com Maria e Júlia Reis, as Pega Monstro. As bases, o lançamento e a ascensão do projecto, bem como o disco de estreia editado em Março, foram os temas centrais da conversa. 

Qual a origem do nome Pega Monstro?

Maria (M): Foi um amigo nosso que se lembrou do nome, porque nós não nos lembrávamos de outro nome. Não tem grande história.
Júlia (J): Foi por tentativas e esta foi a mais fixe.

O vosso trabalho em Pega Monstro, sobretudo neste último disco, é talvez mais versátil e tentam explorar vários outros caminhos que não exploraram no anterior EP. Quais as vossas principais influências, quer no que escrevem, quem no que compõem com a guitarra e a bateria?

J: Jay Reatard…

M: A nível de escrita talvez Beat Happening, só porque eram ser mais “keep it simple".
A nível de som, talvez My Bloody Valentine porque conseguiam “encher” bué. E No Age, porque são um duo e quer em disco, quer ao vivo, conseguem “encher” uma banda de mais elementos. Até porque eles utilizam uma parede de amplificadores.

Vocês também participam em outros projectos, como Os Passos em Volta. O que procuram, por exemplo, em Pega Monstro que não têm em Passos?

M: Depois de começarmos Passos, tinha músicas que não queria usar, porque achava que não fazia sentido. Como moramos na mesma casa e ensaiamos em casa, foi algo que aconteceu naturalmente. 
Lançaram este ano o vosso disco homónimo e ele tem estado em destaque em vários locais, com alguns concertos pelo meio. Em 2012, Portugal está mais preparado para as Pega Monstro do que quando, por exemplo, os Pinhead Society tentaram agitar as águas? É este o momento ideal para as Pega Monstro?
M: Sim, porque agora há possibilidade de mostrares qualquer coisa a imensa gente…

J: Mas acho que vai ser mais por ser Cafetra que por ser Pega Monstro.
M: Se fôssemos só nós as duas, ninguém sabia de nós. Se não tivéssemos amigos a apoiar-nos, não tínhamos continuado e não conseguíamos mostrar-nos a tanta gente.
O B Fachada produziu o vosso disco. Para o resultado final do vosso disco, em que é que ele contribuiu mais para terem o disco que queriam?
M: No som. Daí termos gravado mesmo assim em "cassette", porque a gravação em “cassette” tem “falhas” que são bonitas à sua maneira.
J: E o facto de assim não acrescentarmos nada, porque assim o que soa é o que é.
Estiveram em Londres há pouco tempo, em concerto. Podem-nos contar um pouco mais sobre essa experiência?
M: Foi brutal, muito bom, do tipo “comunidade tuga”. Não foi bem no centro, foi num “pub” mais na periferia do centro.
J: A maioria eram portugueses, mas também havia londrinos e australianos.
Os ingredientes para fazer um pega monstro são água, cola, café, corantes alimentares e mais uns químicos. Qual a receita de sucesso para o vosso Pega Monstro?
J: Já tentei fazer, porque tive um sonho em que era possível fazer pega-monstros, acordei, fui ver à net, vi que era possível, pus-me a fazer, só que não funciona. Fica só uma bola nojenta [risos]. Não dá para fazer o que saía nas batatas fritas ou no Chocapic.
A receita de sucesso é teres a Maria e a Júlia e ensaiar…
M: Para nós resultou porque somos raparigas e irmãs, o que facilita em certas coisas. Lançámos as cenas na altura certa. Só não estávamos com a noção de que iria ser um sucesso quando lançámos o material na net...
J: Não foi "fazer uma poção em casa com a certeza de que iria resultar". Parte do sucesso é também por não ter expectativas, não querer dar um passo maior que a perna… 

Se a vossa editora não fosse a Cafetra Records, qual gostariam que fosse?
M: Há várias: Matador, Sub Pop, 4AD, só porque têm história, são mais ou menos independentes mas sabem como trabalhar.
Próximos concertos?
M: Nos próximos dias vamos colocar no facebook da Cafetra próximas datas, mas ainda não temos datas para o Verão.


André Gomes de Abreu




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