terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Os Lacraus



O panque-roque cantado em português tem n’Os Lacraus aquele que é, muito provavelmente, o seu ponta de lança. Nascidos no seio da mítica “Flor Caveira”, reavivaram a chama com o seu mais recente trabalho “Os Lacraus Encaram o Lobo”, e têm nos últimos tempos feito chegar o seu som a um público cada vez mais amplo. Uma bateria tenaz, um órgão evangelizador e guitarras sem medo chegam e sobram. Música sem polimentos e algo lo-fi é a marca e as letras com sumo, premissa da canção. 

A editora “Flor Caveira” é em grande parte responsável pela ascensão, que se verificou nos últimos anos, de muitas bandas de roque cantado em português. E a música d’Os Lacraus é indissociável desta tendência. O conteúdo está lá, as palavras não são escolhidas ao acaso. O som, esse, não se deixa domar, como se quer no panque. Ao ouvir “Os Lacraus Encaram o Lobo”, parecem ouvir-se ecos de The Clash e até de Talking Heads. Puro engano. O som d’Os Lacraus é só deles, e nosso, que gostamos do bom roque português.



E somos cada vez mais. Fácil de perceber para quem esteve no hall do Cinema de São Jorge no passado dia 23 de Fevereiro. Uma sala a abarrotar elevou Os Lacraus, liderados pelo “pastor” Tiago Guillul, ao lugar que merecem. Houve palmas, houve refrões, houve empurrões (como seria de esperar num concerto de roque). Pela tribuna passaram também os “amigos” Pontos Negros, Samuel Úria e Manuel Fúria, entre outros.

O ferrão do lacrau está bem aguçado. Resta-nos esperar para ver se se trata de um projecto com continuidade. Se assim for, cá estaremos para ouvir o panque-roque d´Os Lacraus.
Bernardo Gonçalves




0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Facebook More

 
Powered by Blogger | Printable Coupons